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A mostrar mensagens de 2019

Kunumigwe Rëbiapo: arte com barro para se conectar com a terra

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Por Luã Q. O que o barro pode despertar no ser humano? Primeiro, quando trabalhamos com o barro, precisamos saber que a gente também é isso. Nós somos parte da natureza, então também somos terra. Maynõ Cunha é um jovem Guarani que, em meio ao mundo pós-moderno, trabalha transmitindo saberes que nasceram em tempos antigos. Técnicas que provavelmente existiam antes mesmo da energia elétrica chegar no planeta terra. Segundo ele, é uma forma de manter a cultura ancestral viva dentro dos jovens e crianças que vivem nas aldeias de Aracruz.  Na manhã de uma quinta-feira (19 de dezembro), enquanto o vento soprava suavemente no pátio da Escola Municipal de Três Palmeiras, Maynõ e vários outros amigos celebravam o encerramento do projeto Kunumigwe Rëbiapo, que no português se traduz como “o trabalho feito pelos jovens”.  Foram meses de trabalho e o resultado são verdadeiras obras de arte feitas com barro. “Na hora que estamos fazendo parece que não tem graça, mas is...

Aldeia de Aracruz vira ponto turístico e cultural do ES. Veja como visitar a Tekoá Mĩrim

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Nesta quinta-feira (12) o povo Guarani de Aracruz oficializou o primeiro Plano de Visitação em terras indígenas do Espírito Santo. O documento consolida a Tekoá Mĩrim, em Aracruz, como um dos únicos locais regulamentados para realizar atividades voltadas ao etnoturismo fora da região amazônica, além de ser um marco para o município e, principalmente, ao povo Guarani. “Queremos mostrar a cultura Guarani para todos”, declarou o cacique Kara'í Perú. De acordo com ele, a ideia é que a Tekoá Mĩrim seja um espaço para aqueles que desejam ter uma vivência a partir de outro estilo de vida e visão de mundo. O Plano de Visitação da Tekoá Mĩrim foi celebrado no estilo Guarani: com simplicidade, músicas sagradas, roda de conversa, comidas tradicionais e trilha pela floresta. Além da Prefeitura de Aracruz, também estiveram presentes representantes de agências de turismo, hotéis e restaurantes da região, Governo do Estado, Vale, Suzano e Instituto de Socioeconomia Solidária (ISES). “Ara...

|VÍDEO| Ritual das folhas, coral Guarani e cortejo das Fadas

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Por Luã Q. Em agradecimento a todos os Povos da Floresta que estão cuidando e protegendo nossas matas:   Ritual das Folhas, ao som do Coral Guarani Kuaray Retxakã e cortejo das Fadas. O registro foi feito na terceira Festa da Integração, em Patrimônio da Penha, Serra do Caparaó - Espírito Santo. VEJA:                                                                   

Coisas que só o tempo pode dizer

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A humanidade será extinta? O mundo vai acabar? Apocalipse? Aquecimento global? Por onde anda semeando? O que tem plantado? Seus frutos são doces ou amargos? A humanidade vai produzir tanto lixo que acabará sendo soterrada? Será que aquela árvore vai crescer? E o canarinho vai continuar cantando toda manhã enquanto acordo? O mar vai engolir a cidade? Existe vida após a morte? É possível morar numa estrela? Ou seremos uma? Vai saber... Realmente tem coisas que só o tempo pode dizer.

Amor numa árvore, por um livro

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Por João Victor Padilha Domingo de tardezinha, na praia, depois de um longo sol efervescente. E o livro "Vivendo, amando e aprendendo", de Léo Buscaglia. O clima agora está fresco pelo vento, pelo desaparecimento do sol e pelo acolhimento da castanheira. Amor cabe em um livro? Amor cabe em uma pessoa? Amor cabe? Amor está numa árvore, segundo o autor. Não só nessa castanheira, mas também. Isso porque amor é conhecimento. E o conhecimento está em tudo. Segundo Buscaglia: "... Todas as coisas que existem estão em todas as coisas. Não é preciso fabricar tolices artificiais. Está tudo aqui, não do lado de fora. Está tudo aí. Tudo o que há a saber está numa árvore. Tudo que há a saber está num ser humano." Nesta citação acima, o autor nos convida a - olhar para os outros e para as coisas naturais - amar.  Parece fácil. Talvez era. Talvez seja. Talvez

Ensaio das flores: apesar de tudo, ainda é primavera

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Por Luã Q.  Apesar do mar estar em perigo. Apesar das guerras e todas as mortes, da fome, da sede, da seca, rios contaminados e injustiças sociais. Apesar das doenças, violência, descontrole e tentativas de domínio. Apesar da rotina corrida e o barulho dos automóveis. Apesar de tudo, ainda é primavera. O planeta está na órbita ideal para florescer. É a época em que somos infectados pelo pólen e alguma coisa acontece com nossos corpos espirituais, altamente sensíveis. Já parou pra observar?

Ideias de amor numa roda de leitura

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Café num copo compartilhado. “A natureza é uma grande mestra”, disse Leo Buscaglia no livro Vivendo, Amando e Aprendendo, abrindo, então, o fluxo energético do círculo de leitura. Estávamos sentados no final da tarde de um sábado qualquer, em Coqueiral, Aracruz – Espírito Santo. Ideias de amor no fim do dia e doses de palavras certas. Reinventar conceitos e significados. É possível transformar o verbo maldoso com suavidade e delicadeza. Verbalizar é agir. Agir no mundo. Amar também é verbo e palavras são espíritos, energias – já dizia o Guarani no meio da floresta. Revolução gramatical. Descolonizar o vocabulário. Novos fonemas. “Palavras são para libertar!”, disse também o livro. Mas porque se aprisiona? Quero doses de palavras certas, afetuosas e integradoras. Queimar palavras na fogueira para nunca mais serem ditas. Palavras cotidianas que invocam maldições. Quero vida quando, de repente, surge uma poesia no livro: Não posso ser feliz quando mudo só para satisfazer...

O barro e as raízes de uma mulher guerreira

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"Aquelas raízes eram como se fosse eu me aprofundando na terra”, Renalda de Oliveira Pêgo Por Luã Q. Sentimentos que se transmutam no barro. Caminhar na floresta, cavar a terra e as mãos lameadas fizeram nascer uma das obras mais delicadas da artesã Tupinikim Renalda de Oliveira Pêgo, que mora na aldeia de Caieiras Velhas, no município Aracruz, Espírito Santo. A peça foi feita em 2016 e retrata uma mulher pensativa, sentada sobre as raízes de uma árvore. “Eu estava passando por um momento difícil. Minha filha teve um câncer e eu sofri muito. Mas um belo dia peguei o barro e comecei a esculpir. Surgiu na memória uma árvore com várias raízes. Aquelas raízes eram como se fossem eu me aprofundando na terra”, comentou. É uma peça simples e profunda. Cada detalhe esconde memórias da artesã, que relembra: “eu estava triste em cima da raiz, mas não perdi a esperança. Eu sabia que minha filha ia ser curada”. Foram momentos difíceis para Renalda. Ao mesmo tempo em que ...

Dez momentos da Feira Cultural dos povos Tupinkim e Guarani do ES

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Karaí Mirin e, ao fundo, pintura de Augusto Vaz retratando o universo Guarani e o caminho à Terra Sem Males   Por Luã Q . Cantos, movimentos, pinturas, alimentos e sementes. Veja dez momentos que marcaram a 2ª Feira Cultural dos Povos Tupinikim e Guarani do Espírito Santo, na aldeia Pau Brasil – município de Aracruz 1. Rosanir e seus preciosos cestos Guarani 2. Abraço sincero e olhar de ternura 3. Força e equilíbrio. Detalhes de uns dos arqueiros Tupinikim 4. Arqueiros Tupinikim, da aldeia Caieiras Velha 5. Visitante de Minas Gerais sendo pintado por um Guarani 6. O casal Fábio Rocha e Josi Pereira mostram seus artesanatos feitos com madeira 7.  Ayla e seus maracás Guarani 8. Apresentação do Grupo de Arqueiros Tupinikim levantando reflexões sobre força e união 9. Bárbara, uma das mulheres guerreiras que ajudaram a organizar a Feira Cultural da Aldeia Pau Brasil 10. Onças pin...

Pe îura i katu eté: Casa da Cultura na aldeia Irajá é ponto de resistência Tupinikim

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POR LUÃ Q . No próximo sábado (19) a aldeia Irajá, em Aracruz, vai comemorar a inauguração da Casa da Cultura, com apresentações culturais, comidas típicas e venda de artesanatos. O evento terá início a partir das 18h e é uma realização da Associação Aitupaíra. “O objetivo da nossa casa de Cultura é preservar e difundir os valores culturais do nosso povo, evitando que se perca as riquezas tradicionais que nos faz ser e ter orgulho de sermos indígenas Tupinikim”, explica o cacique Gilcimar (neném), da aldeia Irajá. Os preparativos para a festa estão a todo vapor. Desde o último final de semana a comunidade está unida realizando a pintura da Casa de Cultura. A frase em tupinikim “Pe îura i katu eté îandé rekó roka irajá tapé”, estampada na entrada do local, revela as intenções da aldeia em inaugurar um centro de cultura. “Queremos que a Casa da Cultura da Aldeia Irajá seja um espaço de fortalecimento, onde crianças e jovens aprendem com os mais velhos as práticas de ...

Feira Cultural na aldeia Pau Brasil vai unir povos Tupinikim e Guarani em Aracruz

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Foto: Luã Quintão POR LUÃ Q . A arte dos povos Tupinikim e Guarani do município de Aracruz estarão juntas na Feira Cultural da aldeia Pau Brasil. O evento acontece no dia 20 de outubro (domingo), a partir das 09h, com apresentações, exposição e venda de artesanatos, comidas típicas, brincadeiras e roda de conversa. O Objetivo do evento é promover a visibilidade da cultura Tupinikim e Guarani através dos artesanatos, da culinária, dos cantos, da dança, das vestimentas, e das histórias contadas e vividas pelos mais velhos das aldeias. Além do fortalecimento cultural, a feira também é considerada um espaço de diálogo entre dois povos e também um momento para que pessoas de outras culturas possam conhecer de perto a realidade dos povos indígenas de Aracruz. “A feira é um espaço de fortalecimento dos indígenas Tupinikim e Guarani, onde os mesmos possam trocar experiências entre aldeias, como forma de resistência dos povos. Será também um espaço para que as pessoas não in...